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José Carlos Sussekind

Interlocutor de Niemeyer e autor de projetos como o Sambódromo do Rio e os Cieps, engenheiro aconselha o estudo de humanidades, à maneira renascentista.

Bruno Loturco (Revista Téchne – PiniWeb)


José Carlos Sussekind

Idade: 59 anos;
Graduação: em engenharia estrutural, em 1969, pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro);
Especialização: mestre em estruturas e fundações, pela PUC-RJ, em 1970;
Empresas em que trabalhou: Projectum, empresa especializada em cálculo estrutural, de 1967 até ser adquirida pela Promon, em 1981, onde foi diretor geral até 1995. Desde então é diretor presidente da Developer S.A. e presidente do Conselho de Administração do Grupo Águas do Brasil;
Cargos exercidos: professor de Estática das Construções, pela PUC-RJ, de 1970 a 1978, e de Concreto Armado e Concreto Protendido, pelo IME-RJ (Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro), de 1977 a 1987.

Até o momento, são cinco os livros didáticos sobre cálculo estrutural publicados pelo engenheiro de estruturas José Carlos Sussekind. Talvez não provem, mas certamente evidenciam que ele possui conhecimento técnico acima da média de mercado. Numa linha lógica de raciocínio, conclui-se que desse conhecimento – possivelmente excepcional – é que brotou a proximidade profissional com um dos, inegavelmente, mais bem-sucedidos arquitetos de todos os tempos – Oscar Niemeyer.

Sussekind nega. Afirma que, muito mais que a destreza técnica, foram os bate-papos casuais que conquistaram a confiança e o afeto de pessoas como Niemeyer e de um ou outro governador fluminense. A essa habilidade em cativar pessoas por meio da prosa atribui a sorte de ter se destacado frente a colegas de profissão. “Ao relembrar momentos decisivos da minha carreira, vejo que tiveram em comum o fato de eu ter, muito provavelmente, agradado certas pessoas mais pelas conversações acerca de temas gerais do que, especificamente, por conversas técnicas”, rememora. Daí vem o conselho a jovens profissionais. Que estudem história, filosofia, política, artes e literatura para complementar a formação técnica. O desenvolvimento do aspecto renascentista do ser é grande aliado, assegura Sussekind, quando da tomada de decisões cruciais para a vida profissional e mesmo pessoal.

Os céticos podem questionar: na prática da engenharia, quais os benefícios resultantes do estudo literário, por exemplo? “O que temos dentro de nós de algum modo se reflete no trabalho. Em tese, gostar de filosofia não muda o cálculo das dimensões de uma coluna, mas possibilita fazê-lo com mais serenidade”, pondera.
Tal placidez alcança lendo romances históricos, biografias ou novelas policiais – “geralmente dois livros ao mesmo tempo” –, estudando música clássica com amigos, tocando piano, compartilhando, aos finais de semana e junto da esposa, a companhia dos seis cachorros e conversando com pessoas agradáveis. “O que mais gosto na minha profissão é da oportunidade de conviver com pessoas diferentes e interessantes”, pontua ao verificar a semelhança com o amigo Niemeyer.

Se hoje é visita freqüente na casa do arquiteto, onde passam apenas “5% do tempo tratando dos projetos e o restante conversando sobre coisas da vida”, o início da amizade se deu por mero acaso. Quando era estagiário da construtora Rabello, o responsável pelas estruturas de Niemeyer, Joaquim Cardozo, adoeceu. Foi então que Marco Paulo Rabello colocou o corpo técnico de sua empresa, liderado por Bruno Contarini, à disposição do arquiteto. Niemeyer procurou pelo engenheiro, que viajava, e encontrou Sussekind. “Por alguma razão, ele gostou de conversar comigo e uma grande e definitiva amizade daí surgiu. É impossível se aproximar de Oscar e não se deixar cativar por sua generosidade, simplicidade e genialidade”, resume.

Além dos projetos, as longas conversas, quase diárias, resultaram na publicação do livro “Conversa de Amigos”. Idéia de Niemeyer, que admira essa forma de registro e lamentava não ter guardado os bilhetes trocados com Joaquim Cardozo quando da construção de Brasília. Os amigos passaram a trocar cartas a exemplo de autores consagrados da literatura.

A experiência agradou sobremaneira Sussekind. “Sempre digo que foi o meu processo de análise sem ter que aturar um analista”, brinca. A publicação foi iniciativa de Niemeyer, que “gosta muito de publicar o que escreve e, nesse caso, generosamente me associou a ele”.

Talvez a serenidade obtida com a filosofia também tenha contribuído para que o engenheiro de estruturas enfrentasse aquele que considera os maiores desafios de sua carreira. Responsável global pela execução de algumas grandes obras, como o Sambódromo do Rio de Janeiro e, na mesma cidade, a Linha Vermelha, ou Via Expressa Presidente João Goulart, enfrentou exposição pública extrema e apertados prazos de conclusão. Foram 110 dias para o primeiro e 11 meses para a segunda, bem a tempo de servir a Rio-92, ou Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.

Dotado dos instrumentos que julga indispensáveis para bem coordenar uma obra, “comando total outorgado pelo governador e recursos para pagar a todos em dia”, ainda deveria lidar com a complexidade técnica exigida e com a superexposição inerente a obras públicas, especialmente as de grande porte. “Partindo do princípio de que é mais barato trabalhar com quem é competente, fiz o óbvio. Me cerquei de poucas pessoas, de muita confiança e competência, e selecionei rigorosamente, sob o prisma da capacidade técnica e financeira, as empresas.” Além disso, conta, aprendeu que os maiores aliados em obras muito expostas são a mídia e a opinião pública. “Em vez de meia dúzia de fiscais, tem-se centenas de milhares.”

Dez questões para José Carlos Sussekind

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#6 – Cidade Administrativa – MG

Para quem não se lembra, esta é uma história que se repete com a ilustre participação de um mesmo artista. Juscelino Kubitschek, quando prefeito de Belo Horizonte, decidiu investir no desenvolvimento do setor norte da cidade e contratou o arquiteto Oscar Niemeyer para a criação de um projeto urbanístico, conhecido hoje como Complexo Arquitetônico da Pampulha, uma obra-prima, considerada mundialmente referência da arquitetura moderna brasileira. Quase 60 anos depois, Aécio Neves, então governador de Minas Gerais, volta novamente o eixo de desenvolvimento da capital mineira para a Região Norte com a criação da Linha Verde, a revitalização do Aeroporto Internacional Tancredo Neves e, principalmente, a construção da nova sede do Governo, mais um projeto de Oscar Niemeyer que encanta pela vanguarda e beleza das edificações.
Constituída por poucos edifícios e sendo um deles o maior prédio suspenso do mundo, a Cidade Administrativa impressiona pela genialidade das soluções.
Com 804 mil metros quadrados, sendo 265 mil de área construída, a Cidade Administrativa acabou ganhando mais dois edifícios: o Auditório Juscelino Kubitschek, que remete à forma da Igreja da Pampulha, e o Centro de Convivência, além de unidades de apoio para equipamentos e estacionamento.

Palácio Tiradentes
Sob o ponto de vista estrutural, é o edifício mais complexo da Cidade Administrativa Tancredo Neves. Executado em concreto protendido e aço, o grande bloco estrutural de cinco pavimentos, com 147,50 m de comprimento e 17,20 m de largura, aparece suspenso por tirantes metálicos protendidos, presos à cobertura dos dois grandes pórticos dispostos paralelamente e que constituem os quatro únicos pontos de apoio da estrutura.
Só nesse prédio, são 20 mil m2 de área construída, distribuídos por quatro pavimentos-tipo e um técnico, e subsolo para garagens e instalações, servidos por nove elevadores. De acordo com o engenheiro João Eduardo Dutra, da Gerência de Obras, o grande desafio do projeto era construir, ao mesmo tempo, o prédio e os pórticos (com o mesmo comprimento do prédio, 147,50 m, e mais largos, com 26,60 m de largura).
José Carlos Sussekind, engenheiro responsável pelo cálculo da estrutura, afirma que a edificação não possui apoios e que não há projetos semelhantes fora do país – ele diz que os arquitetos ainda não se atrevem a tanto. As referências, acrescenta, são os outros projetos de Niemeyer implantados no Brasil, tais como os edifícios da Procuradoria Geral da República e do Museu Nacional, ambos em Brasília.
A construção é formada por dois pórticos paralelos em concreto com laterais em balanço cujas formas lembram uma mesa descomunal. Tranversais, 15 vigas de concreto de 20 metros de comprimento por 3,4 metros de altura repousam sobre os pórticos. Tirantes partem dessas vigas (são 30 tirantes formados por três conjuntos de 12 cabos de aço cada um) e mantêm suspensa a barra envidraçada. O esforço estrutural resulta no vão de 147 metros de comprimento por 26 de largura. A rampa assinala o acesso.
A execução dos pórticos foi a parte mais trabalhosa da obra, explica João Eduardo Dutra, porque depois de erguidos os quatro pilares metálicos, teve início a concretagem, em cinco planos diferentes, uma vez que a forma dos pilares muda à medida que vai subindo. Começa com 1 m de largura no térreo, depois vai se abrindo, chegando à viga de cobertura com 4 m.
E como o concreto ficaria aparente, qualquer erro resultaria em demolição. “A saída foi fazer um protótipo de madeira, em escala reduzida, para ir montando e ver a execução em escala real”, explica Dutra. “As fôrmas eram mudadas metro a metro.” Toda a estrutura suspensa é protendida, para que fosse reduzida a espessura média do concreto e aliviadas as cargas nos tirantes.
Junto à fachada leste do palácio foi projetado um parlatório, no nível do primeiro pavimento, ao qual se liga por uma passarela. Uma rampa em curva, com largura variável, liga o piso da praça cívica a essa passarela, com a qual se une estruturalmente. Compõem, assim, uma única estrutura, que se apoia em quatro aparelhos de neoprene fretado, nas extremidades da passarela, e em dois pilares, sendo um curvo, disposto sobre o trecho em curva, e um pequeno, retangular, situado a 11 m da extremidade, no térreo.
Já na fachada oeste, dois volumes se destacam: um trapézio cego externamente, que concentra as circulações verticais (escadas e cinco elevadores que se interligam aos pavimentos do palácio por meio de passarelas), e a torre cilíndrica com 10 m de diâmetro (dois elevadores e escadas, também com passarelas que se ligam ao palácio) e 37 m de altura. No seu topo, a torre sustenta a estrutura circular do heliponto, com diâmetro de 30 m, excêntrica 5 m em relação ao eixo da torre, e com um balanço de cerca de 22 m.
“De baixo para cima – explica o engenheiro Dutra – temos uma laje estrutural e, em cima dela, as 20 vigas raiadas de comprimentos diferentes, acompanhando o desenho da pista.” E prossegue o engenheiro: “Em seguida, seis anéis fazem o coroamento das vigas raiadas, depois uma segunda laje fecha a parte estrutural da caixa do heliponto. Só então vem a terceira laje, que é a plataforma de toque do helicóptero”, detalha Dutra.
Um sistema composto por cabos de protensão e aparelhos de apoio de neoprene mantém as três estruturas unidas, com juntas articuladas entre elas. Os pilares e contraventamentos da estrutura provisória de apoio do palácio só foram retirados após a protensão das passarelas dos dois volumes vizinhos. O subsolo do palácio é acessado por uma rampa de 6 m de largura e 28 m de extensão, e destina-se a estacionamento e áreas de instalações.

O pavimento térreo foi composto por uma estrutura protendida na projeção de quase toda a extensão dos pavimentos suspensos, e por uma laje rebaixada 40 cm, nas laterais do prédio e na extremidade mais próxima do auditório. Essa laje foi impermeabilizada e recoberta com solo gramado, nivelando o piso da praça cívica, implantada entre o palácio e o auditório.

Edifícios Minas e Gerais
Abrigando as secretarias estão os dois blocos curvos iguais batizados de Minas e Gerais. Cada um contém 200 metros de comprimento, 28 mil metros quadrados de área envidraçada e 20 pavimentos divididos em subsolo de estacionamento e equipamentos técnicos, pilotis, 13 pavimentos de salas e um pavimento de convivência com salas de reunião, restaurantes e cafeterias. Os megaedifícios ainda contam com dois refeitórios em cada pavimento de salas e 60 elevadores para comportar os 16 mil funcionários e 10 mil visitantes diários.

Centro de convivência
No espaço entre os dois prédios curvos está o centro de convivência, com forma circular e três pavimentos. Agência dos Correios, bancos, lanchonetes e lojas de conveniência na borda do círculo compõem com os restaurantes os ambientes que servidores e visitantes podem utilizar. No centro do círculo, uma cúpula envidraçada deixa entrar a luz natural.

Auditório Juscelino Kubitschek
Ligado ao Palácio Tiradentes pela superfície e por um túnel no subsolo está o Auditório Juscelino Kubitschek. Com uma área de 4 mil metros quadrados e estrutura inteiramente de concreto, sua forma sinuosa remete à forma da igreja da Pampulha, uma das mais famosas obras de Oscar Niemeyer. O auditório tem capacidade para 490 pessoas e será utilizado em apresentações, palestras e congressos oficiais.

A Construção
O planejamento para a construção embasou os editais de concorrência, que especificaram desde o volume de concreto, aço e número de vigas em cada edifício até a quantidade e tipo do material de acabamento utilizado, como, por exemplo, fios elétricos, fibra ótica, tomadas e lâmpadas.

O detalhamento rigoroso dos projetos executivos e o acompanhamento diário do cronograma das obras permitiram a execução em tempo recorde e o cumprimento dos preços estabelecidos nos contratos no valor de R$949 milhões. O investimento foi integralmente custeado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Não foram utilizados recursos do Tesouro do Estado na obra. Três consórcios de empresas venceram as licitações públicas e responderam pela execução das obras.

O projeto da Cidade Administrativa foi desenvolvido de acordo com técnicas modernas e reconhecidas de construção verde, buscando diminuir os impactos ambientais e economizar recursos. O conceito de sustentabilidade esteve presente desde a construção do complexo. Houve monitoramento da qualidade da água e do ar, medidas para reaproveitamento e destinação correta de resíduos sólidos, controle de ruídos, da poluição sonora e da procedência dos materiais utilizados.

Todas as edificações funcionam com os mais inovadores processos tecnológicos de uso racional de água, energia e reaproveitamento do lixo, obedecendo às exigências relacionadas à sustentabilidade e preservação do meio ambiente.

Uso racional de energia
Os prédios são dotados de um sistema central computadorizado e inteligente que controla o uso de elevadores, o acionamento de lâmpadas e do ar condicionado. A presença de sensores fotossensíveis evita a iluminação e climatização de ambientes vazios.

Alimentados por uma central de água gelada, o sistema de ar-condicionado tem capacidade para gerar mais de 8 mil toneladas de ar refrigerado por hora. É a central com maior capacidade de operação na América Latina.

Luz natural
As fachadas dos prédios, revestidas com vidro de máximo desempenho, favorecem a utilização de luz natural nos ambientes de trabalho e reduzem os gastos com a refrigeração: 70% da passagem de calor serão bloqueados pelo vidro.

Esgoto a vácuo
O sistema de esgotamento nos banheiros é a vácuo reduzindo o consumo de água em 80% em relação à descarga convencional. Todo o esgoto, depois de coletado, é encaminhado até a Estação de Tratamento do Córrego do Onça, localizado a 15 km de distância.

Aproveitamento de água das chuvas
A água das chuvas não poluídas são direcionadas através de drenos para os dois lagos artificiais construídos na área externa da Cidade Administrativa. Toda irrigação dos jardins será feita com o uso da água reaproveitada. O entorno abriga 350 mil mudas de arbustos, árvores e flores de espécies diversas.

Campo de fundações
A área requereu grandes trabalhos de infraestrutura, como a dragagem do barramento, aterro de 500 mil m³, escavação de 750 mil m³, 7 mil m de drenagem pluvial, 180 mil m² de pavimentação, mais de 35 mil m de cabeamento estruturado, 130 mil m² de revestimento de grama e plantação de quatro mil árvores de grande porte.
O projeto das fundações foi elaborado pelo escritório do calculista José Carlos Sussekind, do Rio de Janeiro, que, devido ao solo pantanoso, especificou fundações profundas.
No palácio foram utilizadas estacas tipo hélice contínua, para pequenas cargas, e estacas escavadas, profundas, para grandes cargas, com 1,40 m de diâmetro. “No auditório, usamos estacas tipo hélice contínua, e na laje periférica do estacionamento do subsolo, estacas prémoldadas.
No túnel, na entrada pelo lado sul da MG-010, usamos estacas barrete, e dentro dele, para sustentação das vigas da seção principal, estacas raiz inclinadas”, descreve o engenheiro Marcilio T. Nicolau, da Gerência de Obras. No prédio da secretaria I, o mais próximo da lagoa grande, foram usadas estacas metálicas cravadas. Foram 1.283 tubos de 35 cm de diâmetro, que variam entre 16 m e 25 m de comprimento.
O responsável pela Secretaria II, pelo Centro de Convivência e pelo prédio da central de água gelada, o engenheiro José Maurício de Almeida, também da Gerência de Obras, explica que o prédio II foi executado sobre terreno com água quase à superfície, por isso utilizaram-se estacas barrete ou paredes-diafragma. Apenas na periferia do prédio foi possível, graças à pequena profundidade da rocha, executar fundação direta.


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Fontes:
http://viagensinesqueciveis.wordpress.com/2011/06/20/cidade-administrativa-mais-uma-obra-prima-de-oscar-niemeyer
http://www.panoramio.com/photo/53008552
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2271525/cidade-administrativa-a-obra-do-seculo-ja-apresenta-
rachaduras
http://www.comig.com.br/site/content/parcerias/projetos.asp?id=25
http://admin.estadodeminas.vrum.com.br/imoveis/templates/template_interna_noticias?id_noticias=35685&id_sessoes=18
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/oscar-niemeyer-complexo-institucional-28-07-2010.html
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/154/caixa-suspensa-palacio-projetado-por-niemeyer-apresenta-o-maior-vao-159924-1.asp
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/154/artigo160558-1.asp
http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2010/03/04/projetada-por-niemeyer-cidade-administrativa-e-inaugurada-em-belo-horizonte.jhtm

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