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XIII Encontro Brasileiro em Madeira e em Estruturas de Madeira (Ebramem)

Do dia 23 a 25 de julho de 2012, Vitória sediará o XIII Encontro Brasileiro em Madeira e em Estruturas de Madeira (Ebramem). A realizar-se no campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o evento é um importante veículo na divulgação de pesquisas em nível de graduação e pós-graduação relacionadas à área de projetos em Engenharia e Arquitetura, Tecnologia, Construções, Processamento, Gerenciamento e Mercado de Produtos, todos vinculados ao material madeira.

As temáticas do evento são:

Estruturas de Madeira
Comportamento estrutural; Ligações de peças estruturais; Sistemas construtivos; Coberturas; Estruturas mistas e pontes; Grandes obras; Normalização; Madeira laminada colada; Reabilitação de estruturas.

Arquitetura em Madeira
Sistemas construtivos; Coberturas; Habitação; Pisos e interiores; Construções históricas e tradicionais; Bambu como elemento construtivo; Desenvolvimento de produtos; Projetos e design de produtos.

Caracterização Tecnológica da Madeira
Classificação; Propriedades físicas, químicas, anatômicas e mecânicas; Deterioração, proteção e durabilidade natural; Ensaios não destrutivos; Normalização.

Processamento e Utilização da Madeira e Derivados
Processamento e Usinagem; Adesivos, painéis; Tecnologia e processos para móveis; Aproveitamentos de resíduos da indústria madeireira; Ergonomia e segurança do trabalho na indústria madeireira.

Gerenciamento e Mercado de Produtos de Madeira
Gerenciamento industrial; Economia e mercado de produtos de madeira; Logística industrial madeireira.

O encontro, de ocorrência bianual, é uma idealização do Instituto Brasileiro da Madeira e Estruturas de Madeira (Ibramem) que conta com a UFES e coparticipação da Fundação Ceciliano Abel de Almeida (FCAA) na organização da edição capixaba. A expectativa de público é receber empresários e dirigentes do terceiro setor, pesquisadores e profissionais da área, profissionais de entidades públicas de pesquisa, professores universitários, estudantes de graduação e de pós-graduação.

A programação contará com minicursos, conferências técnicas, apresentação de trabalhos científicos e o III Concurso Brasileiro de Arquitetura em Madeira, com o tema Coberturas em Madeira para a modalidade profissional e Projetos Engenheirados em Madeira, para estudantes. Ambas as modalidades contemplam projetos de obras executáveis ou não.

Inscrições e outros detalhes podem ser conferidos através do site www.xiiiebramem.com.br/site/.

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Vídeo – Tecnologia de materiais para proteção de estruturas de concreto

Vídeo que trata sobre a proteção e impermeabilização de estruturas de concreto.

Expositor: Engº. Rafael Moreno Junior

Vídeo

Vale a pena conferir!

Adm.

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Vídeo – Proteção contra corrosão de estruturas de aço e de concreto

Vídeo com informações sobre a importância da proteção de estruturas contra corrosão por meio da galvanização, bem como sua importância e ganhos dessa atitude.

Palestrantes:
Engº Paulo Silva Sobrinho (parte 1) – teoria
Engº Carlos Henrique Siqueira (parte 2) – exemplos e prática

Vídeo

Como diz o próprio engº Sobrinho no vídeo: 

“(…) Quem é o maior consumidor de aço no mundo? A corrosão.”

Vale a pena conferir!

Adm.

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#6 – Cidade Administrativa – MG

Para quem não se lembra, esta é uma história que se repete com a ilustre participação de um mesmo artista. Juscelino Kubitschek, quando prefeito de Belo Horizonte, decidiu investir no desenvolvimento do setor norte da cidade e contratou o arquiteto Oscar Niemeyer para a criação de um projeto urbanístico, conhecido hoje como Complexo Arquitetônico da Pampulha, uma obra-prima, considerada mundialmente referência da arquitetura moderna brasileira. Quase 60 anos depois, Aécio Neves, então governador de Minas Gerais, volta novamente o eixo de desenvolvimento da capital mineira para a Região Norte com a criação da Linha Verde, a revitalização do Aeroporto Internacional Tancredo Neves e, principalmente, a construção da nova sede do Governo, mais um projeto de Oscar Niemeyer que encanta pela vanguarda e beleza das edificações.
Constituída por poucos edifícios e sendo um deles o maior prédio suspenso do mundo, a Cidade Administrativa impressiona pela genialidade das soluções.
Com 804 mil metros quadrados, sendo 265 mil de área construída, a Cidade Administrativa acabou ganhando mais dois edifícios: o Auditório Juscelino Kubitschek, que remete à forma da Igreja da Pampulha, e o Centro de Convivência, além de unidades de apoio para equipamentos e estacionamento.

Palácio Tiradentes
Sob o ponto de vista estrutural, é o edifício mais complexo da Cidade Administrativa Tancredo Neves. Executado em concreto protendido e aço, o grande bloco estrutural de cinco pavimentos, com 147,50 m de comprimento e 17,20 m de largura, aparece suspenso por tirantes metálicos protendidos, presos à cobertura dos dois grandes pórticos dispostos paralelamente e que constituem os quatro únicos pontos de apoio da estrutura.
Só nesse prédio, são 20 mil m2 de área construída, distribuídos por quatro pavimentos-tipo e um técnico, e subsolo para garagens e instalações, servidos por nove elevadores. De acordo com o engenheiro João Eduardo Dutra, da Gerência de Obras, o grande desafio do projeto era construir, ao mesmo tempo, o prédio e os pórticos (com o mesmo comprimento do prédio, 147,50 m, e mais largos, com 26,60 m de largura).
José Carlos Sussekind, engenheiro responsável pelo cálculo da estrutura, afirma que a edificação não possui apoios e que não há projetos semelhantes fora do país – ele diz que os arquitetos ainda não se atrevem a tanto. As referências, acrescenta, são os outros projetos de Niemeyer implantados no Brasil, tais como os edifícios da Procuradoria Geral da República e do Museu Nacional, ambos em Brasília.
A construção é formada por dois pórticos paralelos em concreto com laterais em balanço cujas formas lembram uma mesa descomunal. Tranversais, 15 vigas de concreto de 20 metros de comprimento por 3,4 metros de altura repousam sobre os pórticos. Tirantes partem dessas vigas (são 30 tirantes formados por três conjuntos de 12 cabos de aço cada um) e mantêm suspensa a barra envidraçada. O esforço estrutural resulta no vão de 147 metros de comprimento por 26 de largura. A rampa assinala o acesso.
A execução dos pórticos foi a parte mais trabalhosa da obra, explica João Eduardo Dutra, porque depois de erguidos os quatro pilares metálicos, teve início a concretagem, em cinco planos diferentes, uma vez que a forma dos pilares muda à medida que vai subindo. Começa com 1 m de largura no térreo, depois vai se abrindo, chegando à viga de cobertura com 4 m.
E como o concreto ficaria aparente, qualquer erro resultaria em demolição. “A saída foi fazer um protótipo de madeira, em escala reduzida, para ir montando e ver a execução em escala real”, explica Dutra. “As fôrmas eram mudadas metro a metro.” Toda a estrutura suspensa é protendida, para que fosse reduzida a espessura média do concreto e aliviadas as cargas nos tirantes.
Junto à fachada leste do palácio foi projetado um parlatório, no nível do primeiro pavimento, ao qual se liga por uma passarela. Uma rampa em curva, com largura variável, liga o piso da praça cívica a essa passarela, com a qual se une estruturalmente. Compõem, assim, uma única estrutura, que se apoia em quatro aparelhos de neoprene fretado, nas extremidades da passarela, e em dois pilares, sendo um curvo, disposto sobre o trecho em curva, e um pequeno, retangular, situado a 11 m da extremidade, no térreo.
Já na fachada oeste, dois volumes se destacam: um trapézio cego externamente, que concentra as circulações verticais (escadas e cinco elevadores que se interligam aos pavimentos do palácio por meio de passarelas), e a torre cilíndrica com 10 m de diâmetro (dois elevadores e escadas, também com passarelas que se ligam ao palácio) e 37 m de altura. No seu topo, a torre sustenta a estrutura circular do heliponto, com diâmetro de 30 m, excêntrica 5 m em relação ao eixo da torre, e com um balanço de cerca de 22 m.
“De baixo para cima – explica o engenheiro Dutra – temos uma laje estrutural e, em cima dela, as 20 vigas raiadas de comprimentos diferentes, acompanhando o desenho da pista.” E prossegue o engenheiro: “Em seguida, seis anéis fazem o coroamento das vigas raiadas, depois uma segunda laje fecha a parte estrutural da caixa do heliponto. Só então vem a terceira laje, que é a plataforma de toque do helicóptero”, detalha Dutra.
Um sistema composto por cabos de protensão e aparelhos de apoio de neoprene mantém as três estruturas unidas, com juntas articuladas entre elas. Os pilares e contraventamentos da estrutura provisória de apoio do palácio só foram retirados após a protensão das passarelas dos dois volumes vizinhos. O subsolo do palácio é acessado por uma rampa de 6 m de largura e 28 m de extensão, e destina-se a estacionamento e áreas de instalações.

O pavimento térreo foi composto por uma estrutura protendida na projeção de quase toda a extensão dos pavimentos suspensos, e por uma laje rebaixada 40 cm, nas laterais do prédio e na extremidade mais próxima do auditório. Essa laje foi impermeabilizada e recoberta com solo gramado, nivelando o piso da praça cívica, implantada entre o palácio e o auditório.

Edifícios Minas e Gerais
Abrigando as secretarias estão os dois blocos curvos iguais batizados de Minas e Gerais. Cada um contém 200 metros de comprimento, 28 mil metros quadrados de área envidraçada e 20 pavimentos divididos em subsolo de estacionamento e equipamentos técnicos, pilotis, 13 pavimentos de salas e um pavimento de convivência com salas de reunião, restaurantes e cafeterias. Os megaedifícios ainda contam com dois refeitórios em cada pavimento de salas e 60 elevadores para comportar os 16 mil funcionários e 10 mil visitantes diários.

Centro de convivência
No espaço entre os dois prédios curvos está o centro de convivência, com forma circular e três pavimentos. Agência dos Correios, bancos, lanchonetes e lojas de conveniência na borda do círculo compõem com os restaurantes os ambientes que servidores e visitantes podem utilizar. No centro do círculo, uma cúpula envidraçada deixa entrar a luz natural.

Auditório Juscelino Kubitschek
Ligado ao Palácio Tiradentes pela superfície e por um túnel no subsolo está o Auditório Juscelino Kubitschek. Com uma área de 4 mil metros quadrados e estrutura inteiramente de concreto, sua forma sinuosa remete à forma da igreja da Pampulha, uma das mais famosas obras de Oscar Niemeyer. O auditório tem capacidade para 490 pessoas e será utilizado em apresentações, palestras e congressos oficiais.

A Construção
O planejamento para a construção embasou os editais de concorrência, que especificaram desde o volume de concreto, aço e número de vigas em cada edifício até a quantidade e tipo do material de acabamento utilizado, como, por exemplo, fios elétricos, fibra ótica, tomadas e lâmpadas.

O detalhamento rigoroso dos projetos executivos e o acompanhamento diário do cronograma das obras permitiram a execução em tempo recorde e o cumprimento dos preços estabelecidos nos contratos no valor de R$949 milhões. O investimento foi integralmente custeado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Não foram utilizados recursos do Tesouro do Estado na obra. Três consórcios de empresas venceram as licitações públicas e responderam pela execução das obras.

O projeto da Cidade Administrativa foi desenvolvido de acordo com técnicas modernas e reconhecidas de construção verde, buscando diminuir os impactos ambientais e economizar recursos. O conceito de sustentabilidade esteve presente desde a construção do complexo. Houve monitoramento da qualidade da água e do ar, medidas para reaproveitamento e destinação correta de resíduos sólidos, controle de ruídos, da poluição sonora e da procedência dos materiais utilizados.

Todas as edificações funcionam com os mais inovadores processos tecnológicos de uso racional de água, energia e reaproveitamento do lixo, obedecendo às exigências relacionadas à sustentabilidade e preservação do meio ambiente.

Uso racional de energia
Os prédios são dotados de um sistema central computadorizado e inteligente que controla o uso de elevadores, o acionamento de lâmpadas e do ar condicionado. A presença de sensores fotossensíveis evita a iluminação e climatização de ambientes vazios.

Alimentados por uma central de água gelada, o sistema de ar-condicionado tem capacidade para gerar mais de 8 mil toneladas de ar refrigerado por hora. É a central com maior capacidade de operação na América Latina.

Luz natural
As fachadas dos prédios, revestidas com vidro de máximo desempenho, favorecem a utilização de luz natural nos ambientes de trabalho e reduzem os gastos com a refrigeração: 70% da passagem de calor serão bloqueados pelo vidro.

Esgoto a vácuo
O sistema de esgotamento nos banheiros é a vácuo reduzindo o consumo de água em 80% em relação à descarga convencional. Todo o esgoto, depois de coletado, é encaminhado até a Estação de Tratamento do Córrego do Onça, localizado a 15 km de distância.

Aproveitamento de água das chuvas
A água das chuvas não poluídas são direcionadas através de drenos para os dois lagos artificiais construídos na área externa da Cidade Administrativa. Toda irrigação dos jardins será feita com o uso da água reaproveitada. O entorno abriga 350 mil mudas de arbustos, árvores e flores de espécies diversas.

Campo de fundações
A área requereu grandes trabalhos de infraestrutura, como a dragagem do barramento, aterro de 500 mil m³, escavação de 750 mil m³, 7 mil m de drenagem pluvial, 180 mil m² de pavimentação, mais de 35 mil m de cabeamento estruturado, 130 mil m² de revestimento de grama e plantação de quatro mil árvores de grande porte.
O projeto das fundações foi elaborado pelo escritório do calculista José Carlos Sussekind, do Rio de Janeiro, que, devido ao solo pantanoso, especificou fundações profundas.
No palácio foram utilizadas estacas tipo hélice contínua, para pequenas cargas, e estacas escavadas, profundas, para grandes cargas, com 1,40 m de diâmetro. “No auditório, usamos estacas tipo hélice contínua, e na laje periférica do estacionamento do subsolo, estacas prémoldadas.
No túnel, na entrada pelo lado sul da MG-010, usamos estacas barrete, e dentro dele, para sustentação das vigas da seção principal, estacas raiz inclinadas”, descreve o engenheiro Marcilio T. Nicolau, da Gerência de Obras. No prédio da secretaria I, o mais próximo da lagoa grande, foram usadas estacas metálicas cravadas. Foram 1.283 tubos de 35 cm de diâmetro, que variam entre 16 m e 25 m de comprimento.
O responsável pela Secretaria II, pelo Centro de Convivência e pelo prédio da central de água gelada, o engenheiro José Maurício de Almeida, também da Gerência de Obras, explica que o prédio II foi executado sobre terreno com água quase à superfície, por isso utilizaram-se estacas barrete ou paredes-diafragma. Apenas na periferia do prédio foi possível, graças à pequena profundidade da rocha, executar fundação direta.


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Fontes:
http://viagensinesqueciveis.wordpress.com/2011/06/20/cidade-administrativa-mais-uma-obra-prima-de-oscar-niemeyer
http://www.panoramio.com/photo/53008552
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2271525/cidade-administrativa-a-obra-do-seculo-ja-apresenta-
rachaduras
http://www.comig.com.br/site/content/parcerias/projetos.asp?id=25
http://admin.estadodeminas.vrum.com.br/imoveis/templates/template_interna_noticias?id_noticias=35685&id_sessoes=18
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/oscar-niemeyer-complexo-institucional-28-07-2010.html
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/154/caixa-suspensa-palacio-projetado-por-niemeyer-apresenta-o-maior-vao-159924-1.asp
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/154/artigo160558-1.asp
http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2010/03/04/projetada-por-niemeyer-cidade-administrativa-e-inaugurada-em-belo-horizonte.jhtm

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#5 – Ponte Juscelino Kubistchek – DF

A Ponte Juscelino Kubitschek, também conhecida como Ponte JK, está situada em Brasília, ligando o Lago Sul, Paranoá e São Sebastião à parte central do Plano Piloto, através do Eixo Monumental, atravessando o Lago Paranoá. Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a estrutura da ponte tem um comprimento de travessia total de 1200 metros, largura de 24 metros com duas pistas, cada uma com três faixas de rolamento, duas passarelas nas laterais para uso de ciclistas e pedestres com 1,5 metros de largura e comprimento total dos vãos de 720 metros.

A estrutura da ponte tem quatro apoios com pilares submersos no Lago Paranoá e os três vãos de 240 metros são sustentados por três arcos assimétricos e localizados em planos diferentes, com cabos tensionados de aço colocados em forma cruzada, o que geometricamente faz com que os cabos formem um plano parabólico. Com seus arcos assimétricos, a estrutura em três arcos, inspirados “pelo movimento de uma pedra quicando sobre o espelho d’água”, é única no mundo, comparável em forma mas não em sistema estrutural, como a passarela do Aquário Público do Porto de Nagoya, Japão. Inicialmente orçado, em 1998, em R$40 milhões, estima-se que o custo total de construção foi de R$ 160 milhões. Sua beleza arquitetônica resultou num projeto estrutural de grande complexidade, mas apesar do custo adicional, o Governo do Distrito Federal considerou indispensável que a ponte estivesse ao nível da monumentalidade com que Brasília foi projetada.

Inauguração

Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a ponte rapidamente virou mais um ícone de Brasília estampado em cartão postal, especialmente à noite, quando sua teatralidade fica ainda mais em destaque.

Premiação

Devido a qualidades estéticas e harmonia ambiental da Ponte JK, o arquiteto da obra, Alexandre Chan, recebeu em 2003 a Medalha Gustav Lindenthal, outorgada pela Sociedade dos Engenheiros do Estado da Pensilvânia, Estados Unidos. Por causa deste prêmio, a estrutura ficou localmente conhecida como a ponte mais bela do mundo. A ponte também foi a vencedora do Prêmio Abcem 2003 – Melhores Obras com Aço do Ano, na Categoria Pontes e Viadutos, outorgado pela Associação Brasileira da Construção Metálica.

Uma conquista da engenharia

O arcos de sustentação da Ponte JK se encaixam diagonalmente nos pilares de sustentação produzindo esforços tridimensionais na fundação. O esforço horizontal foi o maior já encontrado em pontes pela engenharia humana, alcançando 3.500 toneladas-força. O cálculo da estrutura metálica foi realizado na Dinamarca. Alguns pilares, como o P6 e o P7, têm cada um 24 pilares verticais e 66 inclinados, para combater este esforço horizontal.

As fundações tiveram que alcançar solo estável em grande profundidade, sendo fincadas a até 65 metros de profundidade. A região de Brasília se caracteriza por apresentar camadas de solo não homogêneas, sendo 13 tipos diferentes de subsolo alguns como o quartzito, (que só não é mais duro do que o diamante), o que somado ao enorme esforço horizontal provocou um aumento considerável nas fundações, e a construção de blocos de coroamento de grandes dimensões e com maioria de estacas inclinadas.

O segundo grande desafio a ser vencido, foi a montagem dos grandes arcos, executada com a utilização de pilares metálicos provisórios que os sustentaram até estarem completos. Outros pilares provisórios sustentaram os vãos do tabuleiro de rolagem, até que os estaios de sustentação vindos dos arcos estivessem prontos.

 Geologia

O perfil do leito do Lago Paranoá revelou um terreno com características bem diversas. A cada furo de sondagem realizado, apresentava resultados aleatórios e caóticos, o que determinou o estabelecimento de um critério especial de execução de sete furos de sondagem, para cada um dos blocos, com o intuito de localizar, sob a projeção do bloco, a disposição e composição das camadas e a sua geometria.

Constatou-se nos diversos estudos realizados que no leito do antigo Rio Gama, represado e dando origem ao Lago Paranoá, existia uma grande falha geológica, onde foram encontrados 13 tipos de materiais diferentes em sua formação.

Fundações dos acessos

As fundações dos acessos são constituídas por quatro tubulões a ar comprimido com 1,60 metros de diâmetro e base alargada para garantir a tensão no solo menor ou igual a 5 kgf/cm². Os blocos de fundação ficaram submersos numa profundidade de 80 cm, ficando os pilares nascendo abaixo do nível d’água.

Fundações dos arcos

Foi adotado um conjunto de 30 tubulações verticais, com a camisa metálica de 1,90 metros de diâmetro, executado sob ar comprimido, com base alargada para o diâmetro de 4 metros após a penetração de 8 metros na camada de quartzito alterado/fraturado.

Os blocos de fundações medem 23 x 30 x 3,50 metros e foram feitos através de um caixão de concreto, executado fora d’água e na sua posterior submersão, até alcançar 80 cm abaixo da cota básica do Lago.

Fundações dos pilares principais

A fundação para os pilares P6 e P7 exigiu o projeto de um bloco de grandes dimensões, com comprimento de 37,90 metros, largura de 21,70 metros e altura de 4,60 metros, compreendendo um conjunto de 84 estacas, sendo 26 verticais e 58 inclinadas.

Para o Pilar P8 foi necessária a elaboração de um projeto para um bloco com largura de 21,90 metros, comprimento de 39,90 metros e altura de 4,60 metros, compreendendo um conjunto de 90 estacas, sendo 24 na vertical e 66 inclinadas compostas de tubos metálicos cravados e pinos de 1,00 metro de diâmetro escavados nas camadas de alteração da rocha.

Pilares dos acessos

Os pilares dos acessos têm forma de losango oco, com 11,0 x 2,5 metros e paredes com 25 cm de espessura. O espaço vazio interno, também tem o mesmo formato e mede 7,0 x 2,0 metros. A parte maciça nas extremidades apóia as cargas dos tabuleiros.

Pilares principais

No trecho dos arcos, os pilares do tabuleiro são inclinados longitudinalmente no mesmo ângulo que a nascença dos arcos, para ficarem paralelos e terem uma forma deslocada para fora do apoio do bloco, afastando-se do arco vizinho. Os pilares têm 13,20 metros na base e 2,00 metros de espessura. Os pilares denominados P5A/5B, P6A/6B, P7A/7B e P8A/8B apóiam-se nos mesmos blocos de fundações dos arcos.

Torres provisórias de apoio

Com o objetivo de suportar os esforços dos tabuleiros metálicos executados nas margens, durante o lançamento dos mesmos até os vãos a que se destinam, foram construídas torres de apoios provisórias, dividindo o vão de 240 metros em 4 vãos de 48 e 52 metros. Foram executadas 9 torres, sendo 3 para cada arco.

O método construtivo constituiu em cravar estacas metálicas tubulares com diâmetro de 1,20 metros, escavar os pinos, colocar a armação e concretar até o nível do solo deixando parte do fuste da estaca vazio, permitindo sua remoção após o uso. As estacas foram coroadas com um bloco de concreto armado, no qual estão apoiadas e ancoradas as torres dos apoios provisórios.

As torres de apoios provisórios construídos em estruturas metálicas, em formato de prisma triangular, promovem o apoio para o tabuleiro metálico, durante a fase de lançamento dos tabuleiros metálicos dos arcos. As torres foram retiradas após a utilização.

Tabuleiros dos vãos dos acessos

O tabuleiro dos dois trechos dos acessos tem extensão de 214,3 metros cada, com vãos centrais de 45 metros e dois vãos extremos com 38 e 41,3 metros. A estrutura metálica é solidarizada à laje em placas de concreto moldado formando uma estrutura mista com altura de 3,00 metros.

Dois canteiros, um no lado dos clubes e o outro no lado SHIS, dotados de pórticos com capacidade de 20 toneladas e vão de 27 metros, foram montados e utilizados no descarregamento das peças fabricadas em Ipatinga, pela USIMEC, bem como na montagem final dos tabuleiros que foram empurrados sucessivamente até os pilares definitivos através de apoios deslizantes com capacidade de 220 toneladas cada.

Tabuleiros dos vãos centrais

A face superior estruturada em placa ortotrópica e a base da superfície de rolamento foram fabricadas com chapas de espessuras de 12,5 mm e 1,60 mm que, enrijecidas por nervuras longitudinais em “Y” espaçadas de 60 cm, estão apoiadas em diafragmas treliçados a cada 4,0 metros. Sobre estas chapas de aço foi aplicado um pavimento especial anti-derrapante.

Para fixação dos estais no tabuleiro foram projetadas travessas metálicas internas com distância de 20,0 metros para cada ponto de fixação. Uma das extremidades do tabuleiro é fixada horizontalmente ao pilar que suportará, além dos esforços verticais, os esforços horizontais, transversais e longitudinais.

A outra extremidade é móvel e seu apoio suporta apenas as reações verticais e as horizontais transversais. Para viabilizar o sistema de montagem dos arcos metálicos, foi colocado sobre o tabuleiro a ser empurrado um guindaste com capacidade de 220 toneladas que foi utilizado para o içamento e montagem das estruturas auxiliares de sustentação dos arcos e dos próprios arcos metálicos.

Arcos metálicos

Os três arcos que constituem a parte central da ponte tem vãos de 24 metros de largura, dimensionado em conformidade com o disposto nas normas para rodovias de primeira classe. São os elementos principais da estrutura de suporte da ponte. As dimensões transversais dos arcos variam de 6,50 x 5,00 metros nas nascenças, a 5,00 x 3,00 metros no fecho central.

As nascenças dos arcos foram construídas em concreto até o nível do tabuleiro. Para ligação longitudinal dos esforços de tração entre o arco de concreto e o arco metálico foram utilizados 24 grupos de barras Dywidag ST85 – 105, com diâmetro de 32 mm, tensionadas a 10 toneladas cada uma, ancoradas no concreto e atracadas contra as chapas do flange do módulo metálico. O arco metálico é enrijecido transversalmente a cada 3,0 metros por diafragma em perfil “T” ligado às paredes internas dos módulos metálicos.

Todos os elementos metálicos foram fabricados e pré-montados em Ipatinga, Minas Gerais, também pela USIMEC, transportados em carretas normais e extensivas até o local da obra. Os três arcos foram compostos na obra por 69 módulos cada um, tendo sido novamente pré-montado e soldado no canteiro de obras em 4 partes ou 2 partes, limitando o peso da peça a ser içada em até 40 toneladas.

Utilizando dois pórticos elétricos com 20 toneladas de capacidade cada, as peças dos arcos foram levadas até flutuantes que as transportou até uma posição sob o tabuleiro, de onde foram içadas por guindastes com capacidades de 220 toneladas, patolados sobre o tabuleiro metálico.

Para a conformação dos arcos foram fabricadas e montadas estruturas metálicas auxiliares para sustentação de cada um deles durante a fase de montagem, pesando 1.300 toneladas para os três arcos. Foram utilizados cinco guindastes com capacidade de 220 toneladas e lança de 75 metros. No içamento das peças centrais dos arcos utilizou-se guindaste de 350 toneladas e 90 metros de lança.

A montagem dos arcos metálicos foi feita das extremidades para o centro, sendo que as três primeiras unidades de cada lado foram montadas completas e as demais em formato de “U” sendo montadas primeiro os conjuntos inferiores e depois os superiores. O módulo central de fechamento do arco também foi montado em dois segmentos, com os devidos cuidados topográficos em função da temperatura, tendo sido sua solda de fechamento final, realizada no turno da noite com temperatura controlada.

Estais

Os 16 estais de cada arco foram distribuídos em pares ao longo do tabuleiro com distâncias regulares de 20 metros, sendo oito estais de cada lado do tabuleiro, ligando a face interior dos arcos com as travessas de apoio que se projetam lateralmente dos tabuleiros. Os estais são compostos por cordoalhas de 15,7 mm de espessura, galvanizadas e protegidas por cera e bainha individual de PEAD (Polietileno de Alta Densidade).

Submetidos aos maiores esforços são compostos por 41 cordoalhas e os demais por apenas 31 cordoalhas, sendo a ancoragem inferior fixa, sem possibilidade de ajustagem, e a superior regulável, o que possibilita a correção de tensões/alongamentos. O sistema é submetido a constante monitoramento com sensores computadorizados fixados em cada estai.

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Abaixo uma entrevista com o arquiteto Alexandre Chan, que em 1998 conquistou o primeiro lugar no concurso de projetos da Ponte JK e em 2003 foi agraciado com a Gustave Lindenthal Medal da International Bridge Conference, Pittsburgh, Pa, USA na categoria beleza e adequação ambiental pela concepção da Ponte JK.

Construção Metálica – Entrevista com Alexandre Chan

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Juscelino_Kubitschek
http://grandesobrasdaengenharia.blogspot.com/2008/10/ponte-jk.html
http://www.metalica.com.br/melhores-obras-em-aco-ponte-jk-em-brasilia
http://www.estruturametalica.com.br/ponte-jk-em-brasilia-a-construcao
http://www.educacional.com.br/especiais/brasilia/PonteJK.asp
http://wbrasilia.com/PonteJK.htm
http://www.metalica.com.br/ponte-jk-brasilia-ponte-do-mosteiro-terceira-ponte-do-lago-sul
http://www.metalica.com.br/ponte-jk-em-brasilia-a-construcao/

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