#2 – Usina Hidrelétrica de Itaipu

“Um dos projetos mais ambiciosos de engenharia de todo o mundo; uma hidrelétrica gerando mais energia do que qualquer outra no planeta, capaz de alimentar um país inteiro. É uma das 7 maravilhas do mundo moderno.”

O início

A ditadura militar, regime de governo que vigorava no período da construção da Usina de Itaipu, foi singular, se comparada a todas as outras formas seguintes desenvolvidas no Brasil. Seu governo militar visava à organização da nação que, segundo eles, encontrava-se numa situação crítica, tanto política quanto econômica. Nesse contexto, Itaipu foi planejada e construída objetivando a concretização da política de potência e desenvolvimento nacional (além do fato do Brasil querer fazer frente militar à Argentina).

Vários estudos, de maior ou menor significado, foram realizados até os anos 1960 para avaliar o potencial energético da região das Sete Quedas/PR. Antes de Itaipu Binacional, o único empreendimento a se tornar realidade foi uma pequena usina que aproveitava as águas de um dos saltos para iluminar a cidade de Guaíra e uma companhia militar.

A proposta inicial de construção, datada de 1962, que nunca foi levada adiante, previa uma usina com capacidade de 10 mil megawatts, para produzir 67 milhões de megawatts-hora por ano, o equivalente a três vezes o consumo do Brasil na época.

Em 1973, as Sete Quedas foram escolhidas após a realização de estudos com o apoio de uma balsa. No coração da América do Sul, brasileiros e paraguaios indicam um trecho do rio conhecido como Itaipu, que, em tupi quer dizer “a pedra que canta”.

Vídeo Engº Corrado Piasentin

A construção

As construções iniciadas em 1975 fizeram com que, entre 75 e 78 mais de 9 mil moradias fossem construídas nas duas margens para abrigar os homens que atuaram na obra. Até um hospital foi construído para atender os trabalhadores. À época, Foz do Iguaçu era uma cidade com apenas duas ruas asfaltadas e cerca de 20 mil habitantes. Em dez anos, a população passou para 101.447 habitantes.

Nos canteiros de obra, a primeira tarefa é alterar o curso do Rio Paraná, removendo 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de 2 km. O engenheiro Gomurka Sarkaria é o responsável pelo modelo da barragem, do tipo gravidade aliviada, formando aberturas que lembram a estrutura de uma catedral.

Vídeo desvio

Já em 1978, a Itaipu Binacional passa a ser uma realidade irreversível. A escavação do desvio do Rio Paraná termina dentro do prazo. Em 20 de outubro de 1978, 58 toneladas de dinamite explodem as duas ensecadeiras que protegiam a construção do novo curso.

Vídeo implosão

Um prédio de dez andares por hora, o ritmo de Itaipu

Começa uma nova e fervilhante etapa da construção de Itaipu Binacional: a concretagem da barragem. Num único dia, 14 de novembro de 1978, são lançados na obra 7.207 metros cúbicos de concreto, um recorde sul-americano, o equivalente a um prédio de dez andares a cada hora. Ou 24 edifícios no mesmo dia. A façanha só foi alcançada devido ao uso de sete cabos aéreos para o lançamento de concreto.

Todos os caminhos levam a Itaipu

Com a concretagem quase pronta, a fase seguinte é a montagem das unidades geradoras. O transporte de peças inteiras dos fabricantes até a usina torna-se um desafio. A primeira roda da turbina, com 300 toneladas, saiu de São Paulo em 4 de dezembro de 1981 e chegou ao canteiro de obras somente em 3 de março de 1982.

Como a rede viária e algumas pontes existentes em diversas alternativas de trajeto não tinham condições de suportar o peso, a carreta que levava a peça teve de percorrer o caminho mais longo, com 1.350 km. O transporte das rodas de turbina ganharia agilidade posteriormente. O recorde foi de 26 dias de viagem entre a fábrica e a usina.

O sonho transforma-se em energia. A 5 de novembro de 1982, com o reservatório já formado, os presidentes do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, acionam o mecanismo que levanta automaticamente as 14 comportas do vertedouro, liberam a água represada do Rio Paraná e, assim, inauguram oficialmente a maior hidrelétrica do mundo, após mais de 50 mil horas de trabalho.

Itaipu em números

No primeiro ano de atividade, 1984, foram gerados 277 megawatts. Conforme o cronograma, de duas a três unidades eram instaladas por ano. A venda de energia começa em 1º de março de 1985. O ápice da participação de Itaipu Binacional no mercado brasileiro foi alcançado em 1997, com o atendimento de 26% da demanda do setor elétrico do país.

Com a totalização do seu projeto, Itaipu Binacional supera em 4 mil megawatts a potência instalada da segunda maior hidrelétrica do mundo, a Usina de Guri, na Venezuela. O rendimento de Itaipu Binacional é excepcional, mesmo se comparado a usinas do futuro. A hidrelétrica chinesa “Três Gargantas” terá uma geração da ordem de 85 bilhões de quilowatts-hora, 8,4 bilhões de quilowatts-hora a menos que a capacidade máxima já atingida por Itaipu Binacional.

  • O comprimento total da barragem é 7.919 metros. A elevação da crista é de 225 metros. Itaipu é, na verdade quatro barragens juntas – da extrema esquerda, uma barragem de terra de preenchimento, uma barragem de enrocamento, uma barragem de concreto principal, e uma barragem de concreto para a ala direita.
  • A vazão máxima do vertedouro de Itaipu (62,2 mil metros cúbicos por segundo) corresponde a 40 vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu. A vazão de duas turbinas de Itaipu (700 metros cúbicos de água por segundo cada), corresponde a toda a vazão média das Cataratas (1500 metros cúbicos por segundo).
  • O Brasil teria que queimar 536 mil barris de petróleo por dia para gerar em usinas termelétricas a potência de Itaipu.
  • A barragem principal tem 196 metros de altura, o que é equivalente a um prédio de 65 andares.
Obs.: Até hoje os argentinos temem pela abertura das comportas de Itaipu.
 

Matéria Feita pela NatGeo:

 
 
 

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Fontes:
http://www.itaipu.gov.br
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrelétrica_de_Itaipu
Artigo: “O movimento dos guarani de reocupação e recuperação de seus territórios no oeste do Paraná”, Carla Cristina Nacke Conradi, 2009

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